Mulheres - Quebrando Tabu´s


FAHIMA MORAES
Mulheres na Liderança 
Quebrando Tabu's
Fahima Moraes


A edição de março/2020 da Revista #Forbes traz uma lista das mulheres mais poderosas do Brasil, em comemoração ao dia da mulher, dia 08 de março.
 
Somente essa homenagem já é muito importante para nós, pois estamos sendo representadas em cada uma dessas mulheres maravilhosas que foram destacadas. 

Mas a revista traz mais, Cristina Junqueira, co-fundadora do NuBank, é uma poucas capas de revistas de negócio que trazem uma mulher grávida estampada. Estamos quebrando Tabu's, embora seja o ciclo natural da vida, a maternidade continua sendo um tema polêmico dentro das organizações e muitas mulheres ainda são preteridas em critérios de promoções para lideranças. 
Quando falamos em mulher e mercado de trabalho, duas coisas se evidenciam: a Mulher líder e a Mulher Mãe. Mas não são somente estes os perfis que encontramos nas empresas. Encontramos a MULHER, sem rótulos. A Mulher que pega ônibus lotado, e está sujeita a ser molestada, a mulher que é subjugada pelas suas roupas, pelas suas escolhas, a mulher que volta pra casa e continua sua jornada, e no fundo ainda se sente culpada por ser multi tarefa, a mulher que trabalha tanto quanto mas ganha menos que o homem, e também para eles, na maioria das vezes são preteridas, para cargos de chefia e liderança, sem que se perceba que a dificuldade de uma boa gestão não está definida pelo gênero do líder.

Em 2018, o IBGE divulgou um estudo apontando que atualmente, as mulheres representam 51,7% dos trabalhadores brasileiros e que apenas 37,8% das mulheres estão em cargos de chefia no Brasil.

Sabemos que ainda vivemos uma cultura patriarcal, o que pode ser um dos fatores determinantes para esta realidade, que em pleno século XXI há quem ainda considere estranho uma mulher em cargo de liderança, acreditando que ela não tem força e nem voz para isso. 

Podemos associar este comportamento a um estudo da neurociência, o viés inconsciente, que aqui simplifico e direciono a explicação para o nosso tema, onde semelhantes escolhem semelhantes, e isso faz com que os que estão no poder (em sua maioria homens e brancos), não considerem escolher alguém que não seria semelhante a ele, como uma mulher ou ainda uma mulher negra.

A volta por cima

A mulher precisa abdicar do estereótipo de fragilidade e reforçar características como racionalidade, planejamento, inteligência emocional, competência técnica e habilidades com relações interpessoais já inerentes em sua capacidade cognitiva e muitas vezes atropeladas pelos estigmas de que ““elas” são mais sensíveis, “elas” têm que dirigir sua energia para a vida familiar; “elas” não são agressivas o suficiente para suportar o cotidiano de uma empresa, e crenças parecidas. Sua "fragilidade" e feminilidade não a limita.

Enfim, devemos concentrar nosso olhar para este momento de transição do rompimento dos padrões estabelecidos onde a mulher se faz uma profissional dedicada e trabalha bem com a culpa e os julgamentos de se dividir entre ser bem-sucedida e ser uma dona de casa que cuida da família, assumindo muitos papéis e vencendo o grande desafio de ser uma Mulher no Comando.



por Fahima Moraes
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